Com a morte recente de um papa, muitos têm explorado a temática escatológica para perverter o ensino da Bíblia Sagrada, acrescentando elementos que simplesmente não estão nas Escrituras. Surgem vídeos e artigos que afirmam que o próximo papa será o último rei antes do fim, aquele que trará a destruição final, apontando-o como a chave para o retorno de Cristo. Mas essa teoria não encontra respaldo nas Escrituras. Este artigo foi escrito para mostrar a interpretação correta e escritúristica sobre a escatologia, em especial a partir de Apocalipse 17.

A Verdade por Trás da Narrativa Popular: Não é o Papa, é o Plano Redentor de Deus

A Bíblia não ensina que a sucessão papal tem papel profético direto na consumação dos tempos. O foco escatológico das Escrituras sempre foi o relacionamento entre Deus e Israel, o Messias e a redenção eterna. O verdadeiro “relógio profético” é Israel, e não o Vaticano.

Contexto Cronológico

Este estudo conecta Apocalipse 17 com os impérios que dominaram Israel desde a formação da nação até a destruição do templo em 70 d.C.

Resumo de Apocalipse 17.9-11:

Este estudo conecta Apocalipse 17 com os impérios que dominaram Israel desde a formação da nação até a destruição do templo em 70 d.C.

“Aqui está a mente que tem sabedoria: As sete cabeças são sete montes sobre os quais a mulher está assentada. São também sete reis; cinco já caíram, um existe, o outro ainda não veio; e quando vier, deverá permanecer pouco tempo. E a besta que era e não é, também é o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição.” (Ap 17.9–11)

Fundamentos do Estudo

  • A Bíblia se interpreta pela própria Bíblia.

  • O relógio cronológico profético é Israel como nação.

  • Não existem papas na Bíblia.

  • O Cabeça da Igreja é Jesus Cristo.

  • Roma (nação) não deve ser confundida com a igreja católica romana.

  • Apocalipse menciona quatro mulheres com significados proféticos.

  • A mulher de Apocalipse 17 é a prostituta Babilônia, não a Igreja nem Israel.

Os Sete Reis/Impérios

As sete cabeças significam também sete reis, ou seja, sete impérios que dominaram Israel:

  1. Egito – opressão e escravidão (ver Êxodo).

  2. Assíria – destruiu o Reino do Norte em 722 a.C.

  3. Babilônia – destruiu Jerusalém e o Primeiro Templo em 586 a.C.

  4. Pérsia – dominou durante o retorno do exílio (Esdras, Neemias).

  5. Grécia (Helenismo) – opressão religiosa severa (Antíoco Epifânio).

“Cinco já caíram.”

  1. Roma – vigente no tempo do apóstolo João.

“Um existe.”

  1. Império futuro (provavelmente uma forma restaurada de Roma ou aliança de nações rebeldes a Deus).

“O outro ainda não veio. Quando vier, deverá durar pouco tempo.”

A Besta (v.11)

“A besta que era e não é, também é o oitavo, e é dos sete…”

Representa um sistema anticristão final, que emerge dos próprios impérios anteriores. Foi também instrumento de destruição final, simbolizado pela Roma que arrasou Jerusalém em 70 d.C. sob Tito.

Aplicação Profética: Destruição de Jerusalém (70 d.C.)

A mulher (Babilônia) de Apocalipse 17 pode simbolizar Jerusalém apóstata, que rejeitou os profetas e o Messias (Mt 23.37). A besta (Roma) a carrega, depois a odeia e a destrói – exatamente o que ocorreu em 70 d.C.

Logo, Apocalipse 17 pode ser compreendido como um juízo de Deus contra a infidelidade espiritual de Jerusalém, utilizando Roma como instrumento.

A Mulher de Apocalipse 17 não é a Igreja e nem Israel

Texto fora de contexto é pretexto para a heresia. Esta é uma frase que exemplifica bem os comentários da internet que não podem ver a palavra ‘mulher’ para já tirar conclusões erradas a respeito do texto bíblico.

A mulher de Apocalipse 17 é uma, das quatro mulheres que aparecem no livro de Apocalipse. Vejamos quais são elas:

As Quatro Mulheres de Apocalipse

1. A Mulher Vestida do Sol (Ap 12.1-6)

  • Representa o povo de Deus, Israel, e também a Igreja como continuidade espiritual.
  • Dá à luz ao Messias.

Gálatas 4.26: “A Jerusalém de cima é livre, a qual é mãe de todos nós.”

2. A Mulher Prostituta (Babilônia, a Grande) (Ap 17.1-6)

  • Sistema político-religioso apóstata.
  • Aponta para Jerusalém infiel ou um sistema espiritual corrompido.
  • Referências: Ez 16, Ez 23, Jr 3.6-10.

3. A Noiva (Esposa do Cordeiro) (Ap 19.7-8; 21.2,9)

  • Igreja fiel e purificada, a Nova Jerusalém.

Ef 5.25-27: Cristo amou a Igreja e a purifica.

4. Jezabel (Tiatira) (Ap 2.20)

  • Simboliza corrupção espiritual dentro da Igreja.
  • Representa líderes que desviam o povo de Deus.

CONCLUSÃO

Apocalipse 17 não trata de papado, mas de sistemas espirituais apóstatas e impérios que se levantaram contra o povo de Deus. A interpretação correta precisa respeitar o texto, a história de Israel e os princípios bíblicos. Teorias que colocam o próximo papa como figura escatológica central estão fora da revelação bíblica e geram confusão espiritual.

Que este estudo traga discernimento e firmeza no entendimento das profecias bíblicas.

“A revelacão de Jesus Cristo… para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer” (Ap 1.1).

A interpretação correta de Apocalipse 17 nos mostra que a escatologia bíblica não precisa de teorias modernas, nem de interpretações que se apoiam em papas ou figuras contemporâneas. A Bíblia se explica por si mesma, e o foco do plano redentivo sempre foi Israel e a manifestação de Cristo como Senhor da história.

A besta, os sete reis, a mulher prostituta – tudo isso tem base concreta na história e nas Escrituras. Que o Espírito Santo nos guie para não cairmos no engano das especulações, mas permanecermos firmes na Palavra profética mais segura.


Se este estudo te edificou, compartilhe com outros que também desejam conhecer a verdade da Palavra de Deus. Que o Senhor continue revelando os Seus caminhos àqueles que O buscam com sinceridade.